Segundo o fórum econômico mundial até 2020 os profissionais que serão mais demandados no futuro deverão possuir principalmente essas habilidades, que estão em ordem de relevância:
- Resolução de Problemas Complexos
É a habilidade de resolver problemas num mundo cada vez mais caótico e difícil compreensão. É a habilidade número um. A abordagem na solução de problemas complexos dependerá do domínio de ferramentas e técnicas diversas, bem como de outras habilidades aqui listadas, como por exemplo, o pensamento crítico e flexibilidade cognitiva.
- Pensamento crítico
A habilidade de criticar o status quo será necessária nas equipes, caso contrário num mundo em que a velocidade das mudanças está cada vez mais rápida, não ter uma visão crítica do que se faz, corre-se o risco da obsolescência.
- Criatividade
Conectar ideias que parecem não ter muito sentido e criar algo novo será fundamental para o desenvolvimento e a sobrevivência de vários negócios durante a transição da Era Industrial para a Era Digital, pois a máquina ainda não é capaz de criar como o cérebro humano.
- Liderança e gestão de pessoas
As organizações sempre precisarão de pessoas, mesmo neste novo cenário em que muitos postos de trabalho serão substituídos por máquinas. Dessa forma, liderar e gerir pessoas ainda é uma habilidade necessária nesse novo contexto. Sendo que, o novo líder, de uma forma geral, deve aprender a desenvolver equipes autônomas e colaborativas em que seus membros tomam decisões sozinhos ou em conjunto e que os mesmos se revezam na posição de liderança conforme a prioridade da organização naquele momento.
- Trabalho em equipe
Como dito anteriormente sobre a habilidade de liderança e gestão de pessoas, a tendência é de que a equipe seja colaborativa, ou seja, seus membros devem possuir habilidades interpessoais sendo capazes de trabalhar em equipes com diversidade em vários aspectos (gênero, formação, cultura, nacionalidade, etc.). Estudos demonstram que quanto maior a diversidade, melhor o desempenho das equipes.
- Inteligência emocional
A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer os sentimentos dos outros e agir de forma empática visando gerar melhores resultados. A identificação das próprias emoções também é importante para os profissionais se auto motivarem e serem exemplos uns para os outros, principalmente, num contexto de equipes autônomas e revezamento da liderança entre os membros.
- Julgamento e tomada de decisões
A capacidade de julgar e tomar decisões é muito importante nesse mundo em que as mudanças são cada vez mais rápidas e profundas, as máquinas proverão muita informação, caberá ao ser humano julgar, analisar e tomar decisões de forma rápida visando alcançar melhores resultados.
- Orientação a serviços
As organizações precisam de pessoas que se conectem com as outras, saibam entender suas dores e problemas com o intuito de servir e gerar valor. Profissionais com essa capacidade serão fundamentais para orientar os clientes e colaboradores, bem como pensar e desenvolver novos produtos e serviços nas organizações.
- Negociação
Essa habilidade está diretamente relacionada com o trabalho em equipe, a colaboração. Os profissionais serão muito exigidos a negociar o tempo inteiro com colegas, líderes, clientes, etc. visando construir relações de confiança e que gerem ganhos para ambos os lados.
- Flexibilidade cognitiva
É a capacidade de pensar em várias formas de resolver um problema, exigindo que o profissional saia da zona de conforto, amplie seu interesse por outras áreas e se relacione com pessoas que possuem visões distintas de mundo. O profissional flexível conseguirá fazer associações de ideias e observar novos padrões. Isso é fundamental na solução de problemas complexos.
Podemos observar que a lista só contempla habilidades comportamentais, nenhuma habilidade é técnica. Isso não quer dizer que o profissional não tenha que dominar a habilidade técnica da sua função, mas sim que a técnica é básica e que a habilidade comportamental será o diferencial nesse novo contexto em que as máquinas substituirão os humanos, executando as tarefas rotineiras.
Outro ponto que deve ser ressaltado é que não será necessário desenvolver todas as habilidades, mas sim as necessárias para sua atividade, função e o profissional deve focar na habilidade em que tem mais potencial para desenvolver, e deixar aquelas em que não possui tanta aptidão. Focar nos pontos fortes e não no desenvolvimento dos pontos fracos.
Isso ocorre por que no momento há um contexto de convergência e avanço acelerado das tecnologias como inteligência artificial, machine learning, robótica, etc. que ameaçam diversos postos de trabalho no mundo. Segundo pesquisa da Accenture, 38 milhões de pessoas estão em cargos potenciais de substituição na América Latina, essa pesquisa é de 2017.
Ao mesmo tempo novas profissões estão sendo criadas, segundo o fórum econômico mundial (2016), oito profissões foram criadas em 10 anos, são elas:
- Engenheiro de aplicações
- Gestor de redes sociais
- Motorista Uber
- Engenheiro de carros autônomos
- Especialista em cloud computing
- Cientista de dados
- Criador de conteúdo YouTube
- Operador de drones
Podemos constatar que as novas profissões listadas acima demandam o desenvolvimento das habilidades comportamentais e um maior conhecimento das necessidades do ser humano, por exemplo: um engenheiro de aplicações para desenvolver um “app”, precisa de criatividade, flexibilidade cognitiva e orientação a serviços assim conseguira construir apps intuitivos e fáceis de navegar, o mesmo podemos pensar em relação ao cientista de dados, o profissional para ser bem sucedido nessa área em alta atualmente, precisará entender de como “minerar” os dados, e também de pensamento crítico, flexibilidade cognitiva e problemas complexos para alcançar melhores resultados.
Conclusão, o diferencial na era digital, paradoxalmente, é desenvolver o nosso ser humano, quanto mais o profissional desenvolver as habilidades comportamentais exigidas pela sua função mais ele gerará valor para a empresa e para si próprio, sendo dessa forma diferenciado e necessário nesse novo mundo das “máquinas”.